No Mês Mundial de Conscientização sobre a Endometriose, a campanha Março Amarelo alerta para uma doença que afeta 176 milhões de mulheres em todo o mundo e aproximadamente sete milhões no Brasil. A endometriose é um problema muito frequente entre as mulheres em período fértil e gera dores, desconforto e infertilidade.
É uma doença ginecológica benigna e crônica caracterizada pela presença de tecido endometrial, que reveste o útero, fora do órgão. Ela atinge mulheres em período reprodutivo devido à alta exposição ao estrogênio, hormônio responsável pelo controle da ovulação e pelo desenvolvimento de características femininas. A idade, a primeira menstruação precoce, a menopausa tardia, história familiar de primeiro grau, sedentarismo, dieta e nunca ter engravidado são alguns dos fatores de risco.
De acordo com o ginecologista e Professor Assistente do Departamento de Tocoginecologia do Hospital Universitário, Dr. João Paulo Leonardo Pinto, as dores e o incômodo podem atrapalhar a qualidade de vida da mulher desde o dia a dia até a fertilidade.
Os sinais são variados como explica o Dr. João. “Cada mulher tem um sintoma diferente, e muitas acabam tendo uma mudança em sua rotina, em seus estudos, na academia, gerando grande impacto negativo na vida delas”.
Alguns como a cólica podem passar despercebidos, no entanto, a doença tem sintomas específicos como: dores pélvicas crônicas; dor durante as relações sexuais; alterações intestinais como distensão abdominal, constipação intestinal, sangramento nas fezes e dores em região do ânus durante o período menstrual; alterações urinárias como disúria, hematúria, polaciúria e urgência miccional no período menstrual e infertilidade.
A patologia tem uma forte relação com a infertilidade. De 25 a 50% das mulheres inférteis apresentam endometriose e a infertilidade é comum entre 30 a 50% das pacientes com a doença. “Ainda não sabemos ao certo a causa da doença, mas sabemos que não leva a óbito e nem ao câncer”, comentou o doutor.
Na maioria dos casos, o tratamento recomendado é medicamentoso, para promover a melhora dos sintomas e impedir o avanço da doença. A cirurgia para retirada das placas é recomendada em alguns casos. A prevenção se faz com hábitos saudáveis: alimentação equilibrada, atividade física e consultas regulares ao ginecologista.
Dr. João finalizou reforçando que não é normal ter uma menstruação dolorosa. “Dor severa e persistente é um alerta para fazer uma investigação”.
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