O Junho Lilás é uma campanha que pretende dar visibilidade ao teste do pezinho. O governo federal mediante a comemoração do Dia Nacional do Teste do Pezinho (6/6) aprovou uma lei que amplia o número de doenças que podem ser detectadas pelo exame realizado no Sistema Único de Saúde (SUS). O exame, que atualmente diagnostica apenas seis condições, passará a flagrar 53, todas raras, assim que o decreto entrar em vigor.
Com apenas algumas gotas de sangue dos recém-nascidos é possível diagnosticar precocemente as doenças congênitas ou hereditárias como: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, doença falciforme (hemoglobinopatias), fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita (HAC) e deficiência de biotinidase.
O pediatra, neonatologista e coordenador na Uti Neonatal do Hospital Universitário de Jundiaí, Dr Fábio Holanda do Nascimento, esclarece sobre a importância de se fazer o teste do pezinho. Ele diz que as doenças identificadas no exame podem ser fatais, ou podem levar a sequelas graves na primeira infância. “Algumas doenças o tratamento já inicia com medicação como hipotireoidismo congênito. Outras é preciso complementar a investigação com outros exames. Mas ele já da um sinal de partida e alerta para se procurar o especialista”.
O exame é realizado depois de 48 horas de vida do bebê. “É obrigatório em todas as maternidades. O exame consiste na retirada de gotas de sangue do calcanhar do bebê. Por ser uma parte do corpo rica em vasos sanguíneos, o material pode ser colhido através de uma única punção, rápida e quase indolorexame”, ressalta dr. Fábio.
Caso o teste apresente resultado positivo para alguma das seis doenças, o Sistema Único de Saúde (SUS) garante o tratamento e suporte necessários durante toda a vida da pessoa.
Uma das doenças detectada é o Hipotireoidismo congênito. Causada pela ausência ou pela reduzida produção do hormônio da tireóide, hormônio importante para o amadurecimento e funcionamento de vários órgãos, em especial o Sistema Nervoso Central. A falta do hormônio provoca retardo neuropsicomotor acompanhado de lesões neurológicas irreversíveis, além de outras alterações corporais. O diagnóstico e o tratamento precoce podem prevenir o retardo mental nas crianças que apresentam esta doença.
Outra bastante relevante é a Fibrose cística que é uma desordem genética caracterizada por infecções crônicas das vias aéreas, que afeta especialmente os pulmões e o pâncreas, num processo obstrutivo causado pelo aumento da viscosidade do muco. O tratamento do paciente com fibrose cística consiste em acompanhamento médico regular, suporte dietético, utilização de enzimas pancreáticas, suplementação vitamínica (vitaminas A, D, E, K) e fisioterapia respiratória. Apresenta morbimortalidade muito elevada, com apenas 34% dos pacientes chegando à idade adulta e menos de 10% ultrapassando os 30 anos de idade.
A nova lei para o exame ampliado entra em vigor daqui a um ano, tempo necessário para que os centros que fazem o atual diagnóstico do teste do pezinho possam se capacitar e adaptar do ponto de vista técnico, para sair de seis doenças para um grupo de 53 enfermidades.
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