Nessa semana o Brasil inteiro ficou espantado com a violência física aplicada por um político do Rio de Janeiro em seu enteado, levando a morte do pequeno Henry de 4 anos. Mas esse é um caso dentro das 233 agressões notificadas por dia no país.
Somente em 2017, a soma dos três tipos de violência como, física, psicológica e até tortura chegou a 85.293 notificações. Boa parte dessas situações acontece no ambiente doméstico ou têm com autores pessoas do círculo familiar e de convivência das vítimas. Os dados foram extraídos pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan), mantido pelo Ministério da Saúde (MS).
Para identificar se a criança está passando por violência física, é preciso observar vários aspectos como explica a pediatra do Hospital Universitário de Jundiaí, Mônica Franco. “A criança quando está passando por essa situação tende a mudar de comportamento como ficar irritada, assustada, ficar em silêncio, mudar os hábitos, fazer xixi na cama e o mais evidente para detectar, e o aparecimento de hematomas e dores pelo corpo”.
De acordo com a doutora, muitas vezes a criança chega ao consultório com uma patologia e quando é examinada é constatadas mordidas, queimaduras de cigarro, hematomas, entre outros sinais que demonstram que a criança possa estar sofrendo violência física. “Muitas vezes deixamos a criança internada para a própria segurança dela, pois o maior perigo está dentro de sua casa”, disse Mônica.
Quando casos de violência física chegam ao HU é acionado o Serviço Social da instituição que faz a notificação ao Conselho Tutelar que dá sequencia com o B.O. e a apuração do ocorrido. “Essas crianças, e muitas vezes a mãe ou responsável precisam de acompanhamento psicológico para poder tentar superar o ocorrido”, complementa.
“Infelizmente, a subnotificação é grande, ou seja, o total de casos que não chegam ao conhecimento das autoridades é significativo. Isso ocorre por diferentes causas, mas a mais comum está no familiar que esconde os fatos e ignora a violência física dentro de casa”, ressalta a especialista.
Caso você observe uma criança sofrendo violência física, moral, psicológica ou de qualquer tipo, denuncie no DISQUE 100.
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